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Channel: Canal Viva - Coluna do Nilson Xavier » Roda de Fogo
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TOP 10 Aberturas de Novelas

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Todas as fotos são reproduções de frames das aberturas correspondentes.

Todas as fotos são reproduções de frames das aberturas correspondentes.

Que beleza a abertura de “O Dono do Mundo” (exibida diariamente no Viva)! Cenas do filme “O Grande Ditador”, de Chaplin, com imagens de belas mulheres inseridas no globo com o qual o personagem brinca, ao som da belíssima canção “Querida”, de Tom Jobim.

Acho que a abertura de uma novela é mais que “a embalagem de um produto”, ou “o embrulho de um presente”. Em minha concepção, ela tem que passar a ideia do que está por vir na trama, precisa casar com a temática que vai ser abordada, além de contemplar a sua proposta estética. Se contar a historinha da novela, melhor ainda! E, tão importante quanto as imagens, é o seu tema musical. Ou seja, é uma série de fatores que fazem a abertura ser perfeita para a novela que ela abre.

Quando chegou à Globo, em 1975, o designer austríaco Hans Donner ficou responsável pelas aberturas de novelas e programas da emissora. E causou uma verdadeira revolução, abusando de computação gráfica e dos mais modernos recursos de que dispunha. Aqui, listo 10 aberturas de novelas, da “era Hans Donner” em diante, que considero as minhas preferidas. As escolhas se baseiam em critérios (que explico) ou em meu gosto pessoal ou afetivo. E o mais incrível: destas 10, apenas a décima colocada é atual, uma é de 1998 e as oito restantes compreendem o período que vai de 1981 a 1991 – os dez anos que considero a “fase de ouro” da “era Hans Donner”.

 

10.Cheias de Charme” (2012)

abertura_cheiasdecharme
A única representante das produções dos anos 2000 para cá. A novela era ótima, leve e colorida e sua abertura já nos fazia entrar no clima da história. Uma animação em 3D simulava três marionetes em um teatrinho que contava a trajetória das protagonistas, desde o anonimato como domésticas até o estrelato como as Empreguetes. Estética exagerada, multicolorida, propositalmente over, inspirada no tecnobrega. Aqui valia a premissa reversa “o mais é mais”. A inesquecível música tema “Ex Mai Love”, na voz de Gaby Amarantos, será sempre associada à novela.
Se botar teu amor na vitrine, ele nem vai valer 1,99!

 

09. “Roda de Fogo” (1986-1987)

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A contundente música “Pra Começar”, com Marina, dava o tom da abertura e da novela de Lauro César Muniz. A tal “roda de fogo” do título era uma alusão ao grupo que gerenciava as empresas do protagonista Renato Villar (Tarcísio Meira), cujos membros ele queria eliminar um a um. Uma abertura forte, bonita, bem elaborada e cheia de simbolismo. Percebe que o tigre, a ave de rapina e o cavalo de mármore se transformam em reais quando passam pela roda de fogo, enquanto o homem real se transforma em pedra depois que atravessa ela?
Pra começar, quem vai colar os tais caquinhos do Velho Mundo?

 

08. “Ti-Ti-Ti” (1985-1986)

abertura_tititi85
Caso de novela que teve remake (em 2010) e remake da abertura também! Claro que, aos olhos de hoje, a abertura da versão de 2010 de “Ti-ti-ti” é melhor produzida, pois usa recursos modernos de computação gráfica. Mas é exatamente o charme das agulhas, fitas métricas e tesouras mecânicas da abertura original que fazem o diferencial. Outro ponto positivo para a produção de 1985 é a música gravada pelo grupo Metrô, bem mais animadinha que a versão de Rita Lee, mais “intimista”. Adoro quando a abertura conta a historinha da novela: neste caso, as agulhas, lápis e tesouras brigando à la Jacques Leclair e Victor Valentim!
Se pintar um negócio na esquina corre e vê se eu estou lá na China…

 

07. “O Dono do Mundo” (1991)

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A Globo comprou direitos sobre imagens do filme “O Grande Ditador”, de Charles Chaplin (de 1940), em que um ditador (que emulava Hitler) se divertia com um globo. Na abertura, o personagem de Chaplin representava o protagonista Felipe Barreto (Antônio Fagundes), o tal “dono do mundo” do título, e imagens de belas mulheres foram inseridas no globo. Liberdade criativa em cima de uma obra famosa. E o tema musical composto por Tom Jobim sob encomenda. Uma bela combinação! Assista a abertura AQUI!
Longa é a arte, tão breve a vida. Louco é o desejo do amador, querida!

 

06. “Por Amor” (1997-1998)

abertura_poramor
Regina Duarte disse que chorou emocionada na primeira vez que viu a abertura de “Por Amor”, que reunia fotos antigas dela com a filha, Gabriela, em que uma se fundia na outra. Mãe e filha na vida real e na trama da novela também, cuja história tratava de Maternidade. Como não se emocionar? Ainda mais tendo a bela canção “Falando de Amor” ao fundo!
Se eu pudesse, por um dia, esse amor, essa alegria, eu te juro, te daria, se pudesse esse amor todo dia…

 

05. “Tieta” (1989-1990)

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Essa abertura causou um verdadeiro frisson na época de seu lançamento. Não só pelo belo corpo nu de Isadora Ribeiro (hoje em dia seria im-pen-sá-vel dessa forma!), mas pela beleza da produção e apuro técnico, resultando numa interessante obra de computação gráfica que mesclava sensualidade feminina com elementos da natureza. O corpo de Isadora se retorcia num tronco de árvore, para, ao final, um tronco de palmeira se transformar na modelo. Ao fundo, o anoitecer de Mangue Seco, cenário da trama. Luís Caldas despontou nacionalmente com a música tema.
Tieta do Agreste, lua cheia de tesão. É lua, estrela, nuvem carregada de paixão…

 

04. “Salomé” (1991)

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Hans Donner inspirou-se na obra do pintor simbolista austríaco (seu conterrâneo) Gustav Klint (1862-1918) para realizar esta belíssima abertura, em que um casal, em momentos românticos, tem sua imagem fundida a quadros do pintor. A abertura retrata perfeitamente o clima da trama e sua proposta estética – se tratava de uma história de época. O tema musical é a canção “Sombra em Nosso Olhar”, gravada por Selma Reis, versão da clássica “Smoke Gets In Your Eyes”. Linda de morrer!
A escuridão tenta se fechar, mas teu rosto vem pra iluminar a sombra em nosso olhar…

 

03. “Brilhante” (1981-1982)

abertura_brilhante
Que computação gráfica que nada! Para criar uma de suas mais belas aberturas, Hans Donner usou apenas uma modelo e um gato siamês em uma sala de espelhos. A jovem era Lílian Stavik, que estava grávida quando gravou – os panos esvoaçantes do figurino disfarçavam a barriguinha. Tom Jobim gravou uma de suas mais belas canções, “Luiza”, especialmente para a abertura. Só que o diretor Daniel Filho mandou cortar os cabelos de Vera Fischer (a Luiza da história) sem saber que Tom se referia aos cabelos da personagem na música. A emissora mexicana Televisa plagiou descaradamente a abertura em sua novela “Vanessa”, que usava inclusive as mesmas tomadas e fonte dos créditos – só que de uma forma mais, digamos, cafona!
Vem cá Luiza, me dá a tua mão. O teu desejo é sempre o meu desejo. Vem, me exorciza!

 

02. “Selva de Pedra” (1986)

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Novamente Hans Donner abria mão (ou quase) de computação gráfica. Para simular uma cidade (de vidro, não de pedra!) que brotava de um chão árido, foram montadas várias maquetes de edifícios. Rostos de atores do elenco apareciam refletidos nos prédios envidraçados (também o merchan do relógio Champion, na moda na época). Ao fim, a cidade, do alto, formava o rosto petrificado de Tony Ramos (que vivia o protagonista Cristiano Vilhena). Uma abertura de estética futurista que contrapunha a abertura rudimentar, quase agressiva, da versão original da novela, ainda em preto e branco, de 1972.
Chananananá nananá nananá ná ná…

 

01. “Elas por Elas” (1982)

abertura_elasporelas
Não é só por ser uma das minhas novelas favoritas que sua abertura é a número 1. Fico impressionado como, passados 32 anos, a abertura de “Elas por Elas” continua interessante. Aliás, melhor do que inúmeras aberturas produzidas depois e que são feitas hoje. A equipe de Hans Donner, no ápice da criatividade, conseguiu fazer algo empolgante, moderno e extremamente original. As atrizes que interpretavam as sete amigas da história apareciam saídas de fotos tiradas em uma festinha do passado. A festa em preto e branco, à la anos 60 (com a animada música dos Fevers como tema), ganhava cor a partir de um efeito de flash fotográfico, quando a moça ressurgia colorida na pele da atriz correspondente, o que representava uma passagem de tempo. Ao final, as atrizes saíam da festa juntas, o que estava relacionado com a história, que tratava do reencontro de sete amigas depois um longo tempo. Pode fazer um remake dessa abertura, com recursos modernos, que pouca coisa vai mudar!
Hey hey! Bandeira pouca é bobagem! Hey hey! Você me faz a cabeçaaaaaaa!

 

Com aperto no coração, deixei de fora desse TOP 10 as ótimas aberturas de “Locomotivas” (1977), “Dancin´ Days” (1978), “Pecado Rasgado” (1978-1979), “Jogo da Vida” (1981-1982), “Final Feliz” (1983), “Laços de Família” (2000-2001) e “Cabocla” (2004). Das aberturas de novelas fora da Globo, minhas preferidas são: “Mulheres de Areia” (Tupi, 1973-1974), “Cara a Cara” (Band, 1979), “Kananga do Japão” (Manchete, 1989-1990), “As Pupilas do Senhor Reitor” (SBT, 1995), “Xica da Silva” (Manchete, 1996-1997), “Os Ricos Também Choram” (SBT, 2005) e “Pecado Mortal” (Record, 2013-2014).

COMENTE: Quais aberturas de novelas você mais gostou?


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